Deus é Bom


Os cristãos do nosso tempo têm sido sobremaneira alvejados com doutrinas que realçam possibilidades e direitos do homem, com pequeno espaço para reconhecimento da soberania de Deus. Demonstram conhecer a glória da ressurreição sem relembrarem a dor do Calvário. Esquecem da alegria incondicional que alcança o cristão diante da “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).

O reformador protestante João Calvino afirmou que o mundo à nossa volta é o “teatro da glória de Deus”, o que pode ser constatado quando olhamos tudo que nos cerca e conferimos que Deus está “sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hebreus 1.3). Isso tudo passa-nos despercebido quando atravessamos o vale da sombra da morte existencial e passamos a temer os males desta vida (enfermidade, solidão, morte, desilusão, etc).

Pouco sabemos e muito pouco podemos fazer diante das agruras do viver. Vejamos as recentes descobertas da medicina. Nos espantamos e alegramos, até que em poucos anos são consideradas obsoletas. Lembrando-nos que a mente humana conhece muito pouco da “máquina” humana. Somos finitos e somente Deus é grande (Romanos 11.33-36).

Os cristãos do século XXI carecem de anunciar aos homens “todo o conselho de Deus” (Atos 20.27), reequilibrando a exposição da doutrina bíblica com a pergunta memorável de Jó: “Receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal?” (Jó 2.10). Ou seja, esperaríamos nesta vida manchada pelo pecado apenas as bênçãos e jamais as provações? O versículo mencionado é concluído com a postura que se espera do cristão genuíno: “Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios”.

Deus é soberano e já planejou tudo o que nos é necessário, fazendo com que todas as coisas cooperem com sua a vontade. Deus conhece tudo antes que aconteça diante dos nossos olhos, por isso não é surpreendido jamais e sempre pode nos ofertar cuidado infalível. Deus dirige tudo. Portanto, podemos viver em paz, certos de que estamos em boas mãos.
A bondade de Deus dura para sempre. Esta é a firme certeza do salmista (Salmo 136). É a verdade que deve nos acompanhar quando passamos por lutas e tentações, pois “a paz de Deus, que excede todo o entendimento” nos guardará (Filipenses 4.7) e nos fará compreender os planos divinos.

Deus é bom, sob qualquer ponto de vista do pecador (seja ele salvo ou perdido). Se não o entendemos, devemos apenas “ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor” (Lamentações 3.26). Essa atitude de fé, dos que já provaram a bondade de Deus, é necessária para que possam também cantar: “Conta as bênçãos, conta quantas são, recebidas da divina mão. Uma a uma, dize-as de uma vez; Hás de ver, surpreso, quanto Deus já fez” (Hino 329 do Cantor Cristão).

Tarcísio Farias Guimarães
Divinópolis MG
Fonte: O Jornal Batista (Web), 05/04/11.