Não existe Igreja perfeita. Embora muitos a procurem, não há como encontrá-la. Por ser constituída de pessoas, com suas características, experiências diferentes e falhas, cada Igreja é um corpo sui generis. Não há duas Igrejas iguais, embora creiam nas mesmas doutrinas. Vivam a mesma eclesiologia. Preguem a mesma verdade. Integrem a mesma Denominação. Contribuam e busquem os mesmos objetivos, ainda assim são diferentes. A liturgia pode ser semelhante, mas o culto em si é diferente. Cada pessoa que a compõe tem o seu jeito próprio de adorar e expressar o seu louvor a Deus. Como Batistas respeitamos estas diferenças na Denominação.
Igrejas há que se destacam por seu programa musical. Coros, orquestras, conjuntos e as datas especiais são suas marcas na comunidade. Outras são conhecidas pela ação missionária. A influência que exercem, além das grandes ofertas, transcendem os limites de suas localizações. Não faltam as que se dedicam ao trabalho social. Investem, sem esperar retorno, e realizam o ministério que lhes foi confiado com ardor.
Algumas Igrejas possuem excelentes mensagens em seus púlpitos. Não há nada mais trágico numa Igreja do que um púlpito confuso. Pregadores bíblicos que tentam levar o povo ao encontro de Deus, como fez Moisés no deserto, Êxodo 19:17, são bênçãos. Além desses aspectos temos os vários modelos adotados pelas Igrejas como forma e fórmula de crescimento numérico. Há estilos disponíveis a todos os gostos.
Mas nenhum desses fatores edifica e leva a Igreja a atingir excelente estrutura espiritual, se faltar uma boa Escola Bíblica. Seja ela dominical ou não. A Escola Bíblica Dominical, EBD, funciona como coluna mestra na saúde e no desenvolvimento da Igreja. Sem estudo sistemático da Bíblia, os membros da Igreja não conseguem filtrar as mensagens do púlpito. Eis a razão porque algumas Igrejas se desviaram das doutrinas bíblicas ao receber um novo líder no púlpito. Os salvos não foram ensinados a cotejar os textos bíblicos. Não aprenderam a diferença entre um adjetivo e um advérbio, como colocado por Paulo ao ensinar como participar da Ceia do Senhor, 1ª Coríntios 11:27. A EBD oferece ao salvo recursos críticos na interpretação da Bíblia. Após anos seguidos participando da EBD, o crente consegue sentir o odor de quaisquer heresias que tentam contaminar o rebanho.
Eis a explicação do porque alguns “pastores” ao assumir o pastorado de uma Igreja, eliminam a EBD. Os que não eliminam a descaracterizam, levando o povo a “estudar” as ideias emanadas do púlpito, sem compromisso com a doutrina sadia. Após algum tempo de alimento contaminado, o rebanho se torna enfraquecido, refém do líder e não consegue mais raciocinar com lucidez. É a decantada lavagem cerebral tão comum nos regimes autoritários.
Uma EBD firmada num programa de Educação Religiosa, elaborado com critérios que tenham como suporte toda a Bíblia e a Bíblia toda, garante a saúde espiritual da Igreja. As ovelhas não “pensam” os pensamentos do Pastor. Ao contrário possuem pensamentos próprios e por isso sabem se defender dos lobos devoradores. Pastores se sucedem e a Igreja permanece firme na doutrina; sem trocar de nome, de característica, do seu compromisso com Cristo e de denominação. Quando uma Igreja debanda para grupos heréticos, é porque faltou a EBD.
Antes de desviar a Igreja do caminho, alguém solapou a EBD, desfigurando-a.
A experiência tem comprovado que salvos que participam da EBD não geram problemas no rebanho. O estímulo ao estudo da Bíblia de modo sistemático e a memorização de textos bíblicos fornece ao Espírito Santo a espada necessária à defesa da fé. O estímulo às leituras diárias para melhor compreender o texto a ser estudado no próximo domingo fornece à família a realização do CULTO DOMÉSTICO. Tesouro precioso na preservação do lar. Na manutenção do casamento e na formação espiritual dos filhos. É impossível uma família fiel à EBD ser desestruturada ou atingida pelas mazelas do nosso tempo. Cada membro da família traz para o aconchego do lar uma experiência diferente a ser compartilhada durante a semana. É a criança que estudou sobre os milagres de Jesus. Os juniores vibram com as viagens missionárias do apóstolo Paulo. Os adolescentes são confrontados com os ensinos dos profetas menores, comparando-os com as injustiças sociais do nosso tempo. Assim recebem material para dialogar com seus professores na sala de aula. Os jovens e adultos estudam as cartas de Paulo aos Coríntios e aprendem que a Igreja é corpo indivisível e unido, administrado pelo Espírito Santo. Somem-se todos esses fatores e você terá uma família a interagir recursos para superar todas as mazelas desta sociedade violenta. Em meio aos tsunamis destruidores dos dias atuais, a família prossegue inabalável e indestrutível, graças a EBD.
Bem diferente é o resultado das famílias que não participam da EBD e seus ensinos. Cônjuges desequilibrados. Filhos desobedientes. Gravidez precoce. Drogas, jovens tatuados e cabeludos são o retrato fiel dos lares que não levam a EBD a sério. Esta é a comprovação pastoral ao longo do ministério. Lágrimas que poderiam ser evitadas, Salmo 119:136.
Professores responsáveis e bem preparados. Equipamentos modernos para a eficácia didática. As melhores salas para as crianças. Literatura atraente e comprometida com a boa doutrina. Programa de Educação Religiosa com objetivos definidos. Dependência do Espírito Santo e a busca de edificação espiritual dos alunos são elementos necessários a uma boa EBD. Os que não seguem um currículo predeterminado e deixam a cada classe ou professor a escolha do que estudar, obtém resultados aparentes, mas não duradouros. A EBD existe para estudar a Bíblia e somente a Bíblia. Assuntos alheios à Bíblia devem ser estudados em outro contexto. Não esquecer jamais que o objetivo primeiro da EBD é evangelizar. Por isso a EBD há que ser maior em número de alunos, do que o número de membros da Igreja. Quando isso não ocorre há que se corrigir a rota e o objetivo.