A Contribuição do Canto Coral no Culto

A música coral pode ser definida com o cântico em conjunto por um grupo de pessoas que têm certo grau de perícia, geralmente executado para um público.

Desde os primórdios da adoração à Deus descritos no Antigo Testamento, o canto em conjunto tem papel de destaque, principalmente nos momentos de celebração: Após a travessia do Mar Vermelho, Miriã comandou um grupo de mulheres em cânticos de gratidão (Ex. 15:20,21). Davi teve a preocupação de separar grupos especiais para louvar ao Senhor (I Cron. 25:6,7). Salomão também fez o mesmo. Ainda hoje o côro é uma das organizações mais importantes na Igreja. Ele participa dos cultos em lugar de destaque e tem atribuições muito específicas e responsabilidades que não são pequenas.

Devido ao sentido bidirecional de seu ministério na Igreja, a música coral pode atuar com efeito em todas as partes do culto. Ela (a música coral) fala à Deus (sentido vertical) e aos homens (horizontal). Isto ainda mostra a função sacerdotal do côro: Falando à Deus, como sacerdotes, oferecendo o louvor, e aos homens anunciando a Palavra, como profetas, para edificar, exortar e consolar (I Cor. 14:4).

Entendemos que o sermão é uma parte importantíssima do culto; o ápice do ajuntamento do povo é ouvir a voz de Deus pela pregação da Palavra através de seus profetas, mas o sermão é o pedaço de um conjunto, do qual fazem parte a leitura da Palavra de Deus e a expressão da Igreja, feita através de orações e cânticos. Subestimar a participação e importância da música coral no culto, não é uma atitude sensata, já que o culto é um todo.

Ademais, grande parte do repertório de um coro sacro é formado por textos derivados da Bíblia, ou inteiramente transcritos, por isso, a mesma eficácia da pregação está presente no cantar de um grupo que canta a Palavra. Ela nunca voltará vazia! A prova disto são dezenas de testemunhos de pessoas que tiveram suas vidas mudadas e aceitaram a Cristo como salvador, após ouvirem a mensagem cantada por um conjunto coral!


A música tem um papel especial no culto, agindo como forma de EXPRESSÃO e IMPRESSÃO.


Após a Reforma Protestante, a congregação voltou a participar musicalmente do culto, o que antes era feito exclusivamente pelo Clero ou por alguns conjuntos masculinos e infantis; Com isto ela (a congregação) pôde cantar diretamente à Deus, e com isto os grupos Corais mistos foram incentivados e proliferaram. Uma grande contribuição a isto foi dada pelo célebes J. S. Bach, gênio da música, protestante, que compos magníficas peças para coros e sempre escrevia ao final de suas obras "Soli Deo Gloria", somente para a glória de Deus.


A congregação deve cantar diretamente à Deus para que cada indivíduo possa expressar diretamente sua gratidão ou súplica ao Senhor. A grande vantagem do coro, é que ele está apto para apresentar um louvor mais artístico, mais objetivo e melhor preparado no culto. O pregador espalha e prega a Palavra, mas o cântico reúne os fiéis e congraça-os de maneira poderosa. Então, podemos dizer que todos os hinos que expressam louvores, súplicas, confissões etc., cantados diretamente pela congregação ou pelo côro que a representa, podem ser classificados de MÚSICA DE EXPRESSÃO.

A finalidade da forma de IMPRESSÃO da música no culto, é a de criar a atmosfera e ambientes propícios. Isto se deve ao fato de a música atuar sobre o sistema nervoso das pessoas, acalmando-as ou excitando-as. Ela pode criar climas diversos, como momentos de alegria, paz, introspecção, júbilo etc.

O côro tem o poder de levar as pessoas à estes estados, sendo portanto um grande aliado do dirigente no sentido de levar o auditório à finalidade primordial do culto, que é a adoração, através de seus vários momentos (confissão, consagração, louvor, proclamação etc.). Os integrantes do côro devem estar plenamente cientes desta finalidade, pois a música coral no culto não deve ser teatral ou tão somente artística. A arte é apenas serva a serviço do culto e não a finalidade em si. Ela perderá o seu valor se não estiver enaltecendo a Deus! É por isto que não devemos dizer que o Coro abrilhanta o Culto. Não é função dele, por mais belo que seja, roubar a cena ou tornar-se estrela. O coro é uma ferramenta sempre pronta ao alcance do pregador.

Das várias formas de utilizar o côro como instrumento de auxílio no culto, podemos destacar: Comandar o canto congregacional, principalmente na introdução de músicas novas ou pouco cantadas; Enfatizar o sermão, apresentando músicas em referências ao tema abordado, antes (preparando o povo para a mensagem) ou após (ajudando a fixar a mensagem) o sermão; Surdinas de músicas de convite na hora do apêlo; Apresentar músicas de introspecção, adoração, proclamação e edificação, entre outras.


Enfim, um côro que seja bem preparado, disciplinado e reverente, que tenha coristas dedicados e que saibam exprimir o conteúdo de sua música, pode ser uma contribuição incalculável para o culto de adoração.


Que possamos pensar na grande responsabilidade que temos como ministrantes da música na Casa de Deus e assim aperfeiçoar o nosso trabalho mais e mais, dedicando-nos completamente, corpo, alma e espírito, ao serviço do Senhor.