Geoffrey Thomas
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Atenção... leia sobre Despertamento ou Avivamento, no Dicionário
Oficial do Curso de Teologia.
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Recentemente, um amigo visitou uma igreja, onde nos últimos
cinco anos, tem acontecido uma obra renovadora do Senhor. Ele
descreveu seu fim-de-semana com os membros daquela igreja: “Uma
coisa marcante foi isto: sempre que eu passava por um grupo de homens,
eles estavam falando acerca das coisas de Deus. Chegou um momento
em que eu perguntei qual era o segredo dessa bênção que eles haviam
conhecido. Eu tinha para mim mesmo uma resposta, mas queria ouvir o
que diriam. Eles deram a resposta correta, ou seja, era uma soberana
obra de Deus. Disseram que não fora sempre assim e estavam conscientes
de que Deus estava operando no meio deles. Aquilo foi muito encorajador.
Não era avivamento, mas, quando imagino o avivamento, essa é uma
das coisas que me vem à mente. Foi animador ver o que na realidade
estava acontecendo, e aquilo me deu novas esperanças quanto à
possibilidade de um avivamento”.
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Em cada despertamento existe uma nova fascinação pela Bíblia:
“Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros” (Ml 3.16). É
claro que nos despertamentos, também, os homens acabam se desviando
e tornando-se obcecados com detalhes de teologia ou pelas doutrinas
que dividem os verdadeiros cristãos. Ainda assim, uma marca de Deus
abençoando uma congregação é o desejo de falarem uns aos outros acerca
dos diversos, e mesmo aparentemente contraditórios, caminhos de Deus.
Gostamos muito de freqüentar igrejas onde as pessoas discutem o ensino
da Bíblia demonstrando a mesma prontidão com que outros falam de
seus interesses e trabalhos. Compreender a Palavra de Deus é uma de
nossas maiores alegrias.
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Em cada despertamento
existe uma nova
fascinação pela Bíblia.
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Uma evidência de maturidade é a compreensão experimental daquelas
verdades que perecem estar em conflito com outras, mas que na
realidade, são como os braços do Pai envolvendo seus filhos. Ambas
devem ser cridas na medida que permanecem fundamentadas em seu
próprio testemunho bíblico independente. Existe uma vasta gama de tais
verdades nas Escrituras; destas, seguem agora cinco exemplos.
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1. A Incapacidade Não Anula a Nossa Responsabilidade
As Escrituras deixam inequivocamente clara a total incapacidade
do homem para transformar seu caráter, por suas próprias forças e
vontade, tornando-se deste modo semelhante a Cristo. Isso está além da
capacidade do homem. “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o
leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando
acostumados a fazer o mal” (Jr 13.23). “Ninguém pode vir a mim se o
Pai, que me enviou, não o trouxer”, declarou o Senhor Jesus (Jo 6.44).
O ato da verdadeira e simples fé no Senhor é impossível sem o “trazer”
e sem a graciosa dádiva do Pai. Jesus novamente nos diz que, a menos
que um homem seja nascido de novo, ele não pode ver ou entrar no reino
de Deus (Jo 3.3,5).
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Todavia, existem mandamentos com os quais Deus confronta cada
ser humano. Por exemplo: “Importa-vos nascer de novo” (Jo 3.7); “Deus...
notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam” (At 17.30);
e “amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração”. Estes são
mandamentos sinceros? Com toda a certeza. Todas as criaturas são
responsáveis perante o seu Criador. Será que tais mandamentos não
pressupõem uma módica porção de capacidade? Não. Não, desde a queda
de nosso pai Adão.
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Um dos resultados de pregarmos
a incapacidade do homem
é que as pessoas são forçadas
a pararem de confiar em si mesmas.
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Deus lida com as pessoas de acordo com os padrões de responsabilidade
e obrigação, e não de acordo com a medida de capacidade.
John Murray afirmou: “Se a obrigação pressupõe capacidade, todos nós
temos de ir até o fim da linha e pregar a total capacidade do homem”.
Por que, então, os mandamentos nos foram dados? Eles são uma revelação
da vontade do Deus Todo Poderoso, e também farão que os homens
percebam sua total incapacidade. Um dos resultados de pregarmos a
incapacidade do homem é que as pessoas são forçadas a pararem de
confiar em si mesmas. Isto as obriga a confiar tão somente na graça de
Deus. Não é a convicção da incapacidade que mantém os homens afastados
de Cristo; é exatamente o oposto: “Eu não consigo me achegar a Ele,
mas preciso me achegar a Ele. Que incapacidade amedrontadora! Que
tremenda responsabilidade! Quem me livrará desse dilema? Agradeço a
Deus por Cristo Jesus, o Salvador que capacita”.
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2. A Certeza Não Anula a Nossa Necessidade
Tudo o que Deus determinou fazer certamente será realizado: “Desde
o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as
cousas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá
de pé, farei toda a minha vontade” (Is 46.10). O plano de Deus é
imutável, porque Ele é fiel e verdadeiro (Jó 23.13-14). O plano de Deus
é incondicional, ou seja, sua execução não depende de qualquer ação
humana, mas torna-a uma certeza (At 2.23; Ef 2.8). Além disso, o plano
de Deus é totalmente abrangente, envolvendo as boas e más ações dos
homens (Ef 2.10; At 2.23), os eventos incertos (Gn 50.20), a duração
da vida de um homem (Jó 14.5) e o lugar onde ele viverá (At 17.26). O
plano de Deus assegura a salvação de um grande número de pecadores
favorecidos.
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Entretanto, a certeza de que a vontade secreta de Deus está sendo
realizada não anula a necessidade do homem obedecer a tudo que Deus
ordenou na Bíblia. Quando o Senhor disse a Paulo que tinha muito povo
em Corinto, este não ficou sentado numa cadeira em sua varanda,
esperando que os coríntios viessem trazer-lhe os seus cartões de decisão.
Durante 18 meses, o apóstolo ensinou a Palavra de Deus a todos que em
Corinto o ouviam (At 18.11). Ele o fez rogando que crescem, estendendolhes
sua mão, suplicando-lhes que se arrependessem. Paulo chorou por
causa deles; orou e pediu que outros orassem em favor deles. O apóstolo
os visitou em particular, debateu com seus oponentes publicamente e
pediu desculpas se os havia ofendido por meio de palavras severas. Ele
procurou viver uma vida semelhante à de Cristo perante eles, para que,
em nada, a mensagem fosse maculada através do pecado. Paulo sabia
que o povo escolhido de Deus em Corinto certamente haveria de confessar
a Cristo, mas esse conhecimento de forma alguma anulou a necessidade
de viver uma vida de temor a Deus, permeada por fervor evangelístico.
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3. O Propósito Limitado Não Anula a Pregação Indiscriminada
Existe um povo que Deus, o Pai, presenteou a Deus, o Filho (Jo
17.2, etc.). Esse povo possui títulos como “a igreja”, “o povo de Deus”,
“os filhos de Deus” ou as “ovelhas” de Jesus. Constantemente, o Novo
Testamento nos informa que a morte de Cristo se concentrou na realização
da salvação dessas pessoas: “Ele salvará o seu povo dos pecados deles”
(Mt 1.21); “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef
5.25); “Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação,
mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam
dispersos” (Jo 11.51-52); “Mas vós não credes, porque não sois das
minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço,
e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém
as arrebatará da minha mão” (Jo 10.26-28). O Senhor Jesus Cristo
cumpriu o propósito de Deus em salvar todos os que são povo dEle.
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Entretanto, para cada pessoa no mundo, sem exceção, o cristão
pode dizer com sinceridade: “Eu tenho boas-novas para você. Tenho
Cristo crucificado para que você creia nEle. Tenho o Salvador que é
profeta, sacerdote e rei para você receber e servir”. O cristão precisa
convidar seus ouvintes a crer em sua mensagem, exigir que o façam e
até exortá-los, em nome de Cristo, a não continuarem na incredulidade.
O cristão faz isso para todas as pessoas sem distinção ou discriminação.
Anuncia a todos os homens as palavras de Deus: “Olhai para mim e sede
salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há
outro” (Is 45.22). E, ainda: “Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus,
não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta
do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus
caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel?” (Ez 33.11).
O Salvador é apresentado aos homens perdidos como Quem realizou a
completa e perfeita redenção, Aquele que sinceramente deseja salvá-los
de seus pecados e que não se compraz na morte deles.
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4. A Preservação Não Elimina a Perseverança
Todo verdadeiro cristão experimenta a contínua atividade do Espírito
Santo, através da qual a obra da graça divina que começou nele está
sendo continuada e será levada à sua plenitude. Essa doutrina é claramente
ensinada nas Escrituras (Jo 10.28-29; Rm 11.29; Fp 1.6; 2 Ts 3.3; 2 Tm
1.12; 4.18). Todo o crente é preservado pelo poder de Deus para a
salvação (1 Pe 1.5).
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Ao mesmo tempo, a Bíblia ensina que cada cristão deve perseverar
na sua peregrinação individual. Isso nos protege contra toda idéia ou
sugestão de que o cristão está seguro, ou seja, seguro quanto à sua eterna
salvação, independentemente da extensão que ele possa cair no pecado
e apostatar da fé e da santidade. Enquanto o cristão está sujeito a pecar
e, de fato, comete pecados, ele não pode entregar-se ao pecado nem vir
a permanecer debaixo do domínio do pecado; ele não pode cometer e
tornar-se culpado de certos tipos de infidelidade (por exemplo, o “pecado
para a morte”). Portanto, embora seja preservado, o crente não está
seguro totalmente, sem levar em conta sua vida subseqüente de pecado
e de infidelidade. Ele perseverará em crer em Deus. Isto não significa
que ele será salvo à parte de sua perseverança, mas ele continuará
labutando rumo a essa finalidade. Sua preservação é inseparável de sua
perseverança.
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5. O Amor Não Anula a Lei
O amor cristão é o maior de todos. Ele é “a marca distintiva da vida
cristã” (John Blanchard), “o sinal dos discípulos de Cristo” (Matthew
Henry), “a principal afeição da alma” (Matthew Henry), “ a rainha de
todas as graças cristãs” (Arthur Pink), “o fio prateado que percorre toda
a conduta do cristão” (J. C. Ryle). Sem amor, uma igreja não é coisa
alguma (1 Co 13). O novo mandamento dado por Cristo ao seu povo é
que se amem mutuamente, assim como Ele os amou. Por meio desse
sentimento puro e fervoroso, o mundo saberá que somos povo de Deus.
O amor é a graça mais semelhante a Deus.
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Ainda assim, Paulo disse: “A lei é santa; e o mandamento, santo, e
justo, e bom” (Rm 7.12). É claro que tem de ser; ela vem de Deus e
demonstra a própria natureza dEle. Paulo declarou: “Porque, no tocante
ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus” (Rm 7.22). Ele amava a
lei, porque ela demonstra as perfeições dAquele que é santo. O cristão
está livre da maldição e da condenação da lei, através da obra salvadora
realizada por Cristo. Para o crente, a lei não é mais aquela voz aterrorizante,
acusando-o e condenando-o. Cristo apagou a chama do Monte Sinai; o
crente está liberto do pecado e da lei. Agora, entretanto, ele se tornou
escravo de Jesus Cristo, seu grande Libertador, e cumpre a “lei de Cristo”
(Gl 6.2). “Se me amais, guardarei os meus mandamentos”, afirmou o
Salvador (Jo 14.15). O amor é a motivação íntima do crente; mas a lei de
Cristo é sua diretriz. Como alguém já afirmou: “A lei são os olhos do
amor. Sem lei, o amor é cego”.
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Esses temas gêmeos, o resultado da revelação da soberania de Deus,
ensinados tão claramente nas Escrituras, são os elementos que integram
a conversa santa e a meditação proveitosa.
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