O STRESS E A ESPIRITUALIDADE INTEGRAL Ed René Kivitz




1. O que é stress?
A anatomia do stress
O metabolismo alterado
O lixo psíquico
Os sintomas do stress
Soluções paliativas

Já passava da meia noite quando o telefone de casa tocou. Do outro lado da linha, uma voz hesitante de mulher: “Pastor, por favor venha correndo. Meu marido está embriagado, e meu filho está com o diabo no corpo. Eles estão se matando...”.
Minhas tentativas de encontrar um companheiro, sempre recomendável para estas ocasiões pastorais, falharam, e, de súbito, me percebi sozinho, entrando num quarto mal iluminado com as paredes repletas de fotos de aviões de guerra e batalhas campais, tendo diante de mim um rapaz fardado, que empunhava uma faca enorme.
“Você é o pastor que veio me falar de Deus?”, perguntou em tom gutural.
“Sou”.
“Então pode ir embora porque eu já conheço Deus”.
“Como é nome dele?”, perguntei com uma ousadia que não imaginei que tivesse, e recebi como resposta um olhar cheio de ódio, que funcionava como alavanca para que aquele rapaz se precipitasse contra mim.
Você pode imaginar aquele rapaz em surto. Mas jamais conseguiria convencer aquela mãe, rodeada de duas criancinhas assustadas e um marido embriagado amontoado sobre a cama sob efeito de sedativos, que havia poucos instantes não estivera frente a frente com o demônio. Na verdade, você também não conseguiria se convencer do contrário caso tivesse ouvido o urro do rapaz quando eu disse que o nome de Deus era Jesus.
Nem sempre, as pessoas com quem converso estão em situações tão extremas, mas geralmente, vivendo sob pressão que se eqüivale em perplexidade e sofrimento. Nos últimos 12 anos, minha atividade como pastor de uma comunidade cristã me tem colocado constantemente ao lado de pessoas para quem a vida está sendo cruel.
Na verdade, minha rotina pastoral não difere muito do que acontece em muitos escritórios de advogados, consultórios médicos e psiquiátricos, e clínicas terapêuticas. Com uma diferença. As pessoas que passam pela porta de minha sala não estão em busca de orientação jurídica ou processos terapêuticos. Muitas delas, inclusive, já percorreram esse caminho e experimentam grande frustração e desesperança. O que as pessoas buscam quando discam o número do meu telefone é, nada mais nada menos, do que um encontro com Deus. Algumas delas acreditam firmemente que quando cruzam a porta da minha sala, começam a pisar em solo sagrado.
Ainda guardo a imagem de dois jovens que me procuraram para repartir o peso de uma gravidez inesperada. Sentada à minha frente, a moça chorava sob um peso misto de culpa e vergonha, gerado tanto pela consideração da hipótese de um aborto, quanto pelo seu background religioso, uma vez que sua formação evangélica lhe dera um padrão moral, ferido pela vivência extra conjugal. O que me surpreendeu, entretanto, foram às palavras do rapaz, que não concordava com as crenças da moça:
“Eu não sei muito bem porque, mas tenho a sensação de que furei com “o cara lá em cima”. Sei que o telefone dele está na sua mesa e gostaria que você falasse com ele em meu nome...”
Sempre que me coloco diante de alguém em busca de cuidado pastoral, fecho meus olhos em oração e respiro fundo. Na maioria das vezes, desconheço completamente a razão porque estou sendo procurado. Mas, sei que aquele encontro não é o primeiro em busca de alívio ou solução. Minha sala fica no primeiro andar de um prédio iluminado, e no fim de um imenso corredor escuro. Antes de chegar à minha sala, a maioria das pessoas já procurou médicos, terapeutas, gurus esotéricos, diversas experiências religiosas, e algumas já estiveram em quartos escuros, dos quais, inclusive, se envergonham de ter entrado.
A busca espiritual geralmente fica no dia seguinte do divórcio, da demissão, da morte, do estupro, do aborto, do diagnóstico indesejado, do filho drogado, da frustração religiosa, e da angústia existencial. Na última palestra que fiz para um grupo de executivos da Mercedes Benz do Brasil alguém perguntou se minha sala não ficava “mal localizada” ou “não era um lugar desconfortável”. Respondi que não. Por uma razão simples: a porta de entrada fica no fim de um corredor escuro, mas a porta de saída abre um horizonte de possibilidades que na maioria das vezes surpreende quem chega de uma experiência sombria.
Depois destes anos de intensa atividade pastoral, perdi a conta de quantas pessoas já reconstruíram suas vidas em razão de uma nova perspectiva adquirida. Uma vez que olham o mundo com as lentes espirituais, o universo se abre para opções que, apesar de desejadas, pareciam inacessíveis. Minha maior alegria é assistir pessoas descobrindo o significado das palavras de Jó, o personagem bíblico, a respeito de Deus: “Antes eu te conhecia de ouvir falar, mas agora os meus olhos te vêem”.1 Minha sala, na verdade, fica estrategicamente localizada, e para muitas pessoas foi o lugar mais confortável no meio dos desencontros do exercício de viver. Por essas e outras razões me aventuro a falar sobre stress e espiritualidade. Compartilho com você um caminho. Ou melhor, o Caminho.
1 Livro de Jó 42.5 2 Arthur Cukiert e Marcio Bernik, Revista VEJA, Edição 1556, Julho de 1998

O QUE É O STRESS?
A palavra stress foi emprestada da engenharia, e define a pressão máxima que um organismo agüenta sem se deformar. A conotação atual, apesar de diversa e ainda sem definição aceita sem restrições, diz que stress é o desequilíbrio do corpo/mente, resultante da tentativa de adaptação às pressões internas e externas. Uma pessoa estressada está com suas dimensões orgânicas e psíquicas alteradas, fora dos padrões ideais de funcionamento. Um elástico tão esticado que está prestes a arrebentar.
As pressões internas e externas que todos nós sofremos podem ser chamadas de “fatores estressantes”, que nada mais são do que informações que exigem uma resposta mental ou orgânica acima do normal ou durante um período longo demais. Uma bola, por exemplo, quando chutada com força, sofre momentânea deformação, mas logo volta ao normal. Mas, quando alguém senta em cima desta bola e permanece muito tempo mantendo-a fora de sua forma padrão, o resultado é que a bola fica oval. Este é um quadro que mostra dois tipos de stress. O primeiro, é o stress momentâneo, que em muitos casos é vital, pois nos coloca em estado de alerta e capacita para reagir às pressões e ameaças. Mas o segundo é um stress constante, que provoca abalos em nossa estrutura orgânica e mental.

A ANATOMIA DO STRESS
Diante de uma ameaça, o cérebro entra em cena obedecendo mais ou menos o seguinte processo.2
1. Diante de uma informação interpretada como ameaça ao organismo, o cérebro ordena uma dose extra de adrenalina na corrente sangüínea
2. Esta dose extra de adrenalina altera a química cerebral, especialmente dos neurotransmissores: dopamina, noradrenalina e serotonina, responsável pelo fluxo de informações que desencadeia as ordens que o cérebro dá ao restante do organismo.
3. Com as informações distribuídas pelo organismo, aumentam as velocidades psicomotoras, de pensamento, e atenção, multiplicando as possibilidades e potências das respostas às ameaças percebidas.
4. O organismo sofre alterações em sua rotina, preparando-se para agir imediatamente:
(1) o ritmo da respiração fica mais rápido, para manter a oxigenação do sangue;
(2) as artérias se contraem, para reduzir o suprimento de sangue nos órgãos vitais, os músculos ficam tencionados e recebem uma quantidade de sangue acima do normal;
(3) os batimentos cardíacos se aceleram, como forma de potencializar a irrigação sangüínea de órgãos vitais do organismo, entre eles o cérebro, os músculos e os pulmões;
(4) os rins passam a funcionar com mais intensidade, para eliminar a carga extra de toxinas.

PORTA DE ENTRADA #1 PARA O STRESS: O METABOLISMO ALTERADO
Enquanto o organismo está sob tensão, seus comandos de defesa permanecem ativados, e, então todo o metabolismo está alterado. O funcionamento alterado do organismo provoca alterações intensas nas estruturas do cérebro. Estas alterações orgânicas, ou da química do cérebro, é que precisam ser melhor compreendidas.
O cérebro3, um globo que em média pesa 1,36 Kg, é composto basicamente de mais de 100 bilhões de células nervosas que se comunicam entre si através dos neurotransmissores. Muito embora existam mais de 50 neurotransmissores catalogados, dentre eles a dopamina, a noradrenalina, e a serotonina ocupam lugar de destaque. A serotonina, inclusive, é chamada de “molécula da felicidade”. O trânsito de informações entre as células nervosas através dos neurotransmissores é responsável por fazer com que o cérebro comande o organismo adequadamente. Cada célula nervosa pode se comunicar com 1.000 a 6.000 outras células, fazendo um total aproximado de 100 trilhões de conexões a cada instante. Cada pensamento, ação, palavra, derivam de trilhões e trilhões de conexões entre células nervosas. A disfunção na comunicação entre as células nervosas do cérebro acabam por afetar não apenas o organismo físico, como também o comportamento e a postura diante da vida. Fui procurado por um homem de seus 30 e poucos anos, acostumado a experiências não muito convencionais, como saltar de pára-quedas, por exemplo. Certa noite, fora deitar-se tendo na agenda do dia seguinte um vôo com destino a Belo Horizonte. Mas a manhã seguinte chegou junto com um pânico imobilizador que o manteve na cama, transformando as responsabilidades rotineiras em monstruosas ameaças. A simples idéia de subir em um avião trazia um pavor insuportável. Da noite para o dia, a ousadia que o impulsionava a saltar da porta do avião para fora, tornara-se um pânico que o impedia de pisar da porta do avião para dentro. Geralmente, as pessoas ao redor começam a dizer que o estressado deve “ter mais fé e confiança em Deus”, ou deve aprender a “controlar melhor o temperamento”. Em outras palavras, elas tratam o comportamento do estressado como resultado de uma incapacidade psíquica emocional, mas na verdade o comportamento é resultado de uma disfunção orgânica, isto é, alteração na química do cérebro e abalo do funcionamento dos neurotransmissores. A resposta adequada na situação de alteração química e disfunção orgânica não é fé, autocontrole, ou melhor gerência da agenda, mas sim uma medicação adequada, capaz de reequilibrar a química do cérebro e devolver a você as capacidades psíquicas e emocionais.
3 Benson, Herbert, Medicina espiritual, São Paulo: Editora Campus, 1998, capítulo 4 4 Benson, 1998: 65

PORTA DE ENTRADA #2 PARA O STRESS: A IMAGINAÇÃO
Cada conexão entre as células nervosas feita através dos neurotransmissores é arquivada pelo cérebro. Nossas palavras, sentimentos, imagens, pensamentos, são resultantes de padrões de organização das células nervosas. Algo como uma montagem de LEGO, aquele brinquedo de peças de encaixe que as crianças usam para montar casinhas, carrinhos e tudo o que sua engenhosidade permitir.
O Dr. Herbert Benson, da Faculdade de Medicina de Harvard, diz que “uma imagem é formada quando um determinado grupo de células é ativado. Para recordar aquela imagem, o cérebro reconstrói o grupo de células posto em atividade anteriormente. Padrões de ativação cerebral são armazenados e recordados: para reviver uma memória, o cérebro convoca os mesmos atores. Este padrão de atividade do cérebro, necessário para evocar tal imagem é, às vezes, chamado de neuroassinatura. Todos os acontecimentos e emoções de nossas vidas têm neuroassinaturas”.4 O que o Dr. Benson chama de neuroassinatura, nós chamaremos de “legos mentais”, onde cada pecinha do jogo corresponde a uma célula nervosa.
Nesse caso, imagine que você constantemente alimenta seu cérebro com informações negativas. Você abre um arquivo e dá a ele o nome de “lixo psíquico”. Em seguida, você evoca registros de mágoas, perdas, prejuízos causados ou sofridos, ameaças de sobrevivência, más notícias diárias, e outras porcarias que deveriam ter sido equacionadas e jogadas fora. Você tem uma gaveta cheia de “legos de monstros” dentro da sua mente. Isso significa que seu cérebro está recebendo constantes comunicações de ameaças. O cérebro não sabe distinguir entre uma ameaça real e outra imaginária. Quando a mente coloca um “lego de monstro” diante dele, ele não sabe se aquele monstro é uma imaginação ou uma imagem captada da realidade. Por exemplo, quando você sonha que está sendo perseguido, as batidas do seu coração são aceleradas como se você estivesse realmente fugindo. Tão logo o cérebro captou a mensagem de ameaça, descarregou adrenalina na corrente sangüínea e preparou seu organismo para correr sem olhar para trás. O cérebro não sabia que se tratava de um sonho, mandou o coração bombear mais rápido e o coração obedeceu. Atravessei uma noite escura junto com um amigo. Seu pai ficou hospitalizado durante alguns meses antes de falecer. As horas de expectativa nos corredores dos hospitais e ao lado do leito do pai adormecido, somadas à convivência com registros mentais e emocionais não equacionados, e memórias vivenciais amorosas, foram suficientes para alterar o metabolismo do organismo, ainda que de forma imperceptível. Seu coração batia 130 vezes a cada minuto, o que o impedia de doar sangue para o pai. A pressão arterial elevada funcionava como inimiga da solidariedade mais desejada. O que há de espantoso nisso? O fato de que meu amigo repetia para as enfermeiras: “Mas, eu estou calmo, eu estou calmo...” Este processo eqüivale a um conjunto de trilhões e trilhões de conexões danosas de células nervosas. Uma vez que o cérebro está repleto de informações negativas, os mecanismos de defesa vivem ativados e o organismo passa a funcionar sob pressão. Aos poucos, o organismo, com seu metabolismo alterado, vai intensificando os abalos na estrutura química cerebral. Em pouco tempo, aquilo que era inicialmente uma postura mental inadequada, apenas um “lego imaginário ou recordado” torna-se também um desequilíbrio orgânico. A partir desse ponto, o organismo e a mente passam a se retro-alimentar. Resultado: pane geral. O elástico que estava sendo puxado, isto é, estressado, arrebenta em algum momento inesperado. Podemos compreender que estes “legos mentais” não tratam apenas de estruturas de células nervosas, o que é orgânico, mas afetam radicalmente nossa estrutura de pensamento e posturas diante da vida, o que implica dizer que os legos mentais possuem uma dimensão psico-emocional. Sobre isso, falaremos mais adiante quando tratarmos do “cérebro emocional”.

OS SINTOMAS DO STRESS
O stress afeta radicalmente nosso corpo, mente, emoções e vontade. Michael Antoni, psicólogo da Universidade de Miami, compilou esta lista de sintomas que nos ajuda a avaliar os estragos causados pelo stress.5 No corpo, o stress é percebido através de dores musculares, transpiração, dores de cabeça, sensação de desmaio iminente, sensação de sufocamento, sensação de desmaio iminente, dor de estômago, náusea, vômito, intestino solto, constipação, freqüência e urgência para urinar, perda de interesse no sexo, cansaço, calafrios ou tremores, perda ou ganho de peso, atenção exagerada aos batimentos cardíacos. O stress afeta também as emoções porque o estressado fica vulnerável ao pânico, ansiedade profunda, depressão, angústia, irritabilidade, inquietação, incapacidade de relaxar e desejos intensos de fuga. O stress afeta a vontade, porque este desequilíbrio emocional e orgânico faz com que o estressado se renda às possíveis soluções convenientes e menos custosas, fazendo inclusive que ele perca a capacidade de reagir na direção contrária aos fatores de desequilíbrio. Há momentos quando nossa consciência aponta na direção A, e nossa vontade está escravizada e dependente da direção B. Coisas como “Eu sei que não devo, mas é só mais um pedacinho”, ou “Eu devia estar assistindo a apresentação de balet da minha filha”. Os sintomas desta perda de controle sobre si mesmo são: problemas para dormir, nervosismo, tremores infundados, choro descontrolado. A mente também sofre com o stress. Uma pessoa estressada vive ansiosa, com dificuldade de concentração, dificuldades com a memória e mergulhada em devaneios e abstrações.
5 Goleman, Daniel, Equilíbrio mente/corpo, Rio de Janeiro: Campus, 1997, p.19 5

SOLUÇÕES PALIATIVAS As alternativas contemporâneas oferecidas para a gestão do stress se esgotam dentro do próprio complexo desequilibrado. Senão, observe que os manuais de gestão do stress apontam para o controle da mente, a disciplina sobre a vontade, a competência emocional e a administração saudável do corpo. Para o corpo, prega-se o “evangelho da saúde holística”: multiplicam-se os condomínios fechados, as academias de ginástica e os modelos de dieta, os programas de caminhada e a redescoberta dos esportes naturais.
Para a mente, prega-se o “evangelho dos estados alterados de consciência”: programas de meditação, yoga, tai-chi-chuan, programação neurolinguística, e outros caminhos de “controle” mental. Para as emoções, o “evangelho das âncoras de segurança e satisfação”: aí estão os caminhos da abstração da realidade, como por exemplo, um romance arrebatador, a corrida atrás do dinheiro, uma carreirinha de pó, muitos copos de qualquer coisa que tire os pés do chão. A necessidade de segurança emocional abre campo para os gurus espiritualistas, que alimentam o misticismo e canalizam a fé para os gnomos, mandalas, incensos, fitinhas, correntes de prosperidade, consultas aos astros, mapas astrais, santinhos, e rituais de todo tipo. O misticismo é, talvez, a válvula de segurança mais procurada na sociedade contemporânea. Finalmente, para a vontade, prega-se o “evangelho dos sete hábitos das pessoas muitos eficazes”: disciplina, prioridades, administração do tempo, missão pessoal, plano de vida. As propostas atuais dizem: “aprenda a conviver com a pressão e tome providências para que seus efeitos sejam amenizados”. Estas propostas são paliativas por duas razões. Primeiro, que tratam apenas da adaptação e/ou gestão do stress. E por isso, são soluções paliativas. Não afetam a raiz do stress: a mente, que comunica ameaças ao cérebro, que por sua vez ativa os mecanismos de defesa, alterando o metabolismo do corpo e mantendo-o alterado enquanto estiver recebendo comunicação de ameaças. Em segundo lugar, as propostas sugerem que a solução para o stress se encontra dentro do próprio complexo estressado. Isto é, discipline sua vontade, cuide do seu corpo, controle sua mente e equilibre suas emoções, justamente as áreas afetadas pelo stress. O caminho alternativo deve atentar para estas duas dificuldades. Por um lado, deve ser um caminho que possibilite a administração dos “legos de monstros”, imaginários ou reais. Conforme disse Sheakspeare, “as coisas raramente são boas ou más, nosso pensamento é que as faz assim”. Nesse caso, a mesma situação é interpretada como ameaça pode ser vista como oportunidade, já diziam os chineses, que usam o mesmo ideograma para as duas possibilidades. A mesma coisa diz a sabedoria do Talmud, o livro sapiencial judaico: “Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos”. Por outro lado, o caminho alternativo para a solução do stress deve acessar recursos que estão além do complexo bio-psíquico estressado. Deve buscar em outra fonte, não afetada pelo stress, os recursos que, não apenas neutralizam a sensação prolongada de ameaça, como também promovem o reequilibro do complexo já estressado.